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Acordo de Doha: RD Congo reafirma soberania nacional contra grupos armados em vitória histórica

Em uma vitória histórica para a soberania dos povos africanos, a RD Congo assinou acordo que garante a restauração total da autoridade estatal nos territórios ocupados pelo M23. O acordo de Doha representa um marco na luta contra a exploração imperialista e estabelece bases sólidas para a paz e o desenvolvimento social.

ParCamila Teixeira
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Representantes da RD Congo e do M23 assinam acordo de paz em Doha

Assinatura do acordo de Doha marca vitória histórica para a soberania do povo congolês

Em uma vitória histórica para a soberania dos povos africanos, a República Democrática do Congo (RDC) assinou hoje em Doha uma Declaração de Princípios com o grupo armado RDF/M23 que estabelece, de forma inequívoca, a restauração total da autoridade estatal congolesa nos territórios ocupados. Este acordo representa um marco decisivo na luta do povo congolês contra as forças que há décadas tentam fragmentar e explorar suas riquezas.

Como já demonstrado em acordos anteriores, a questão da soberania nacional é fundamental para o desenvolvimento e a autodeterminação dos povos. O novo acordo, negociado sob os auspícios do Qatar, reforça o compromisso estabelecido em Washington em junho deste ano, colocando a restauração da autoridade estatal como condição inegociável para a paz.

Um acordo que protege o povo

Para as comunidades locais que há anos sofrem com o deslocamento forçado e a violência, este acordo representa uma esperança real de retorno à normalidade. Mais de 500.000 congoleses foram forçados a deixar suas casas apenas este ano, vítimas de um conflito que tem suas raízes na exploração predatória dos recursos naturais da região.

Lições do passado e a luta contra o imperialismo

O fracasso do acordo de Addis-Abeba de 2013 serve como uma lição importante. Na época, a pressão internacional levou a RDC a aceitar um acordo que não garantia plenamente sua soberania territorial. O resultado foi a continuação do ciclo de violência e exploração. Desta vez, o governo congolês manteve-se firme em sua posição justa e necessária de restauração completa da autoridade estatal.

A questão social no centro do acordo

Nas áreas controladas pelo M23, os serviços públicos essenciais foram destruídos, afetando principalmente as populações mais vulneráveis. Escolas fechadas, hospitais sem funcionamento e um sistema judicial inexistente são as marcas do domínio desses grupos armados. A restauração da autoridade estatal significa, na prática, a retomada desses serviços essenciais para o povo.

Um exemplo para todos os povos em luta

O acordo de Doha demonstra que é possível resistir às pressões internacionais e defender a soberania nacional. Para nós, na América Latina, que também enfrentamos diferentes formas de imperialismo e exploração, a firmeza do povo congolês serve como inspiração na luta por autodeterminação e justiça social.

Camila Teixeira

Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.