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Alckmin critica interferência política em disputa tarifária com EUA

Vice-presidente defende separação entre processo judicial de Bolsonaro e relações comerciais com EUA, criticando interferências políticas e defendendo diálogo para resolver disputa tarifária.

ParCamila Teixeira
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Image d'illustration pour: Alckmin diz que julgamento de Bolsonaro não deveria ter relação com tarifaço dos Estados Unidos

Vice-presidente Geraldo Alckmin durante pronunciamento sobre relações comerciais Brasil-EUA

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (1º) que o processo judicial contra o ex-presidente Bolsonaro não deve influenciar as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

Separação entre Judiciário e política comercial

"Não deveria ter nenhuma relação o julgamento que se passa em outro Poder, que é o Poder Judiciário, na Suprema Corte do País, e política regulatória", afirmou Alckmin em entrevista à CNN Brasil.

O vice-presidente reforçou que o Brasil não representa ameaça aos EUA e continua buscando diálogo para reverter as tarifas impostas pelo governo americano a produtos brasileiros, medida classificada como injustificada pela administração Lula.

Críticas à oposição e defesa do diálogo

Em referência velada ao deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA desde o início de 2025, Alckmin criticou brasileiros que, segundo ele, prejudicam os interesses nacionais no exterior: "Lamento que maus brasileiros fiquem lá fora desinformando, trabalhando contra empresas, contra o emprego, contra a economia brasileira e, o pior, ainda pago com dinheiro público".

Sobre o julgamento de Bolsonaro no STF, Alckmin questionou o pedido de anistia prévia e lembrou que o presidente Lula passou um ano e meio preso.

Estratégias de negociação

O vice-presidente elogiou a iniciativa da missão empresarial brasileira que parte esta semana para os EUA, liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo ele, o governo trabalha para excluir mais setores das tarifas e reduzir a alíquota de 50%.

Quanto à possibilidade de uma conversa direta entre Lula e Trump, Alckmin ressaltou a necessidade de preparação adequada: "Não é simplesmente passar a mão no telefone. Vamos trabalhar para preparar um bom entendimento".

Camila Teixeira

Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.