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Brasileiros perdem confiança na IA em meio à democratização da tecnologia

Pesquisa do Instituto Locomotiva revela queda na confiança dos brasileiros em sistemas de IA, apesar do aumento no uso da tecnologia. Desigualdade social impacta acesso e compreensão.

ParCamila Teixeira
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Image d'illustration pour: Maioria no Brasil diz confiar em IA, mas índice encolhe em quatro anos, mostra pesquisa

Gráfico mostrando a queda na confiança dos brasileiros em diferentes aplicações da inteligência artificial

Pesquisa revela queda na confiança dos brasileiros em sistemas de inteligência artificial

Uma pesquisa recente do Instituto Locomotiva aponta uma tendência preocupante: a confiança dos brasileiros na inteligência artificial (IA) está diminuindo, mesmo com sua crescente democratização. Este cenário emerge em um momento crucial para a defesa da democracia digital e institucional no país.

Desigualdade no acesso e compreensão da IA

A pesquisa revela uma disparidade significativa no conhecimento sobre IA entre as classes sociais, refletindo as desigualdades estruturais que impactam o desenvolvimento tecnológico nacional. Nas classes A e B, 81% conhecem bem a tecnologia, enquanto nas classes D e E, apenas 66% têm familiaridade com o tema.

Principais áreas de desconfiança

  • Veículos autônomos: aprovação caiu de 67% para 51%
  • Recomendação de notícias: queda de 73% para 57%
  • Atendimento telefônico: 61% de aprovação atual

O estudo, que entrevistou 1.499 pessoas em todo o país, demonstra que 82% dos brasileiros já utilizaram IA em tarefas pessoais, enquanto 57% a aplicaram em contexto profissional. Esta ampla adoção ocorre em um momento em que o país enfrenta debates cruciais sobre regulação e controle tecnológico.

"O risco de deixar que a IA pense por nós é de reforçar desinformações, enviesar decisões ou invisibilizar vozes", alerta Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Necessidade de regulamentação e conscientização

A pesquisa evidencia a urgência de políticas públicas que garantam não apenas o acesso democrático à tecnologia, mas também sua utilização ética e consciente, protegendo especialmente as populações mais vulneráveis dos riscos associados ao uso indiscriminado da IA.

Camila Teixeira

Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.