Cientista político alerta sobre interferência de Trump em 2026
Especialista alerta sobre possível interferência de Donald Trump nas eleições brasileiras de 2026 e destaca preocupação com distanciamento entre processos judiciais e compreensão popular.

Professor Paulo Roberto Figueira Leal durante entrevista sobre cenário político brasileiro
O professor titular da UFJF e cientista político Paulo Roberto Figueira Leal alertou, durante entrevista neste domingo (14), sobre as possíveis interferências de Donald Trump nas eleições brasileiras de 2026. A análise ocorre em meio ao julgamento histórico de Bolsonaro no STF, que pode definir seu futuro político.
Distanciamento entre justiça e opinião pública
Leal destaca um fenômeno preocupante: o distanciamento entre os processos judiciais e a compreensão popular. O uso excessivo de linguagem técnica jurídica dificulta o entendimento público, especialmente entre os mais jovens, que não vivenciaram diretamente os períodos autoritários do país.
"Nós não conseguimos passar para a juventude a crueza dos fatos daquela época. Falhamos em não transmitir, tal como houve no Chile e na Argentina, essa memória", afirma o especialista.
Impactos nas eleições de 2026
O cientista político prevê que, mesmo com as atuais pressões políticas e manifestações, Bolsonaro manterá influência significativa na candidatura da direita em 2026, independentemente do resultado dos processos judiciais.
Ameaça internacional à democracia
Um dos pontos mais alarmantes da análise é a provável interferência de Donald Trump no processo eleitoral brasileiro. Leal alerta que, embora Trump não possa impedir as eleições, existe um risco real de articulação internacional para questionar resultados favoráveis ao governo Lula, similar aos eventos que já testemunhamos nos Estados Unidos.
O cenário descrito pelo professor evidencia a necessidade de fortalecer as instituições democráticas e ampliar a conscientização política, especialmente entre as novas gerações, para prevenir retrocessos autoritários.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.