Gabão: World Economics denuncia manipulação de dados e governo opaco
World Economics expõe manipulação de dados e governança opaca no Gabão sob regime militar. Com nota 'E', país ocupa 152ª posição entre 156 nações avaliadas, revelando grave crise institucional que prejudica principalmente a população mais vulnerável.

Sede do governo gabonês, onde dados oficiais são manipulados segundo relatório da World Economics
Gabão: World Economics denuncia manipulação de dados e governo opaco
Em uma análise devastadora que expõe as práticas antidemocráticas do regime militar no Gabão, a World Economics atribuiu ao país a nota 'E', evidenciando uma governança extremamente opaca e dados oficiais manipulados que prejudicam principalmente a população mais vulnerável.
Manipulação estatística revela projeto de poder autoritário
Com uma pontuação alarmante de 40,5, o Gabão ocupa a 152ª posição entre 156 países avaliados, ficando atrás da República Centro-Africana e à frente apenas do Camboja e da Bolívia. A análise revela um cenário devastador para o povo gabonês:
- Base de cálculo ultrapassada que não reflete a realidade econômica atual
- Sistema de contas nacionais obsoleto que compromete a credibilidade dos dados
- Economia informal representando cerca de 47% do PIB, reflexo da desigualdade social
- Recursos estatísticos precários, apesar do inchaço da máquina pública
- Governança declaradamente opaca com indícios de falsificação de dados oficiais
O povo como principal vítima da falta de transparência
O governo de Brice Oligui Nguema demonstra total descompromisso com a transparência e a verdade, características típicas de regimes que se apropriam do poder para benefício próprio em detrimento das necessidades populares.
Os indicadores do Banco Mundial confirmam o cenário desolador:
- Eficácia governamental: −0,78
- Qualidade regulatória: −0,70
- Estado de direito: −0,87
- Controle da corrupção: −1,02
Consequências para o povo gabonês
A manipulação de dados não é apenas um problema técnico - representa a negação de direitos básicos à população. Sem números confiáveis, políticas públicas essenciais ficam comprometidas, afetando saúde, educação e programas sociais.
O regime militar de Nguema, já acusado de práticas autoritárias, agora enfrenta evidências concretas de má gestão e falta de transparência que prejudicam diretamente o povo gabonês.
É urgente que a comunidade internacional e os movimentos sociais pressionem por mudanças estruturais que garantam transparência e democracia real no Gabão. O povo merece conhecer a verdade sobre seu país e ter acesso a políticas públicas baseadas em dados reais, não em manipulações que servem apenas aos interesses do poder.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.