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Ministro da RDC convoca unidade popular contra imperialismo no Leste do país

O ministro congolês Patrick Muyaya faz um apelo histórico à unidade nacional para libertar o Leste da RDC do controle de forças externas. Em meio a conflitos intensos com rebeldes apoiados pelo Ruanda, o governo busca mobilizar o povo contra a dominação imperialista na região.

ParCamila Teixeira
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Ministro congolês Patrick Muyaya discursando sobre unidade nacional

Ministro Patrick Muyaya durante pronunciamento sobre a situação no Leste da RDC

Um chamado à solidariedade contra a dominação externa

Em um pronunciamento histórico neste domingo, 22 de junho, o ministro congolês da Comunicação e porta-voz do governo, Patrick Muyaya, fez um apelo contundente à população: 'Devemos nos unir para libertar o Leste de nossa pátria'. Em meio à intensificação dos confrontos entre as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e os rebeldes do M23 - grupo apoiado pelo Ruanda segundo Kinshasa - o governo busca mobilizar o povo contra as forças que ameaçam a soberania nacional.

A luta diplomática contra o neocolonialismo

Muyaya destacou o recente acordo firmado em Washington entre especialistas congoleses e ruandeses, reconhecendo-o como um avanço na busca pela paz, embora mantendo uma postura crítica sobre as verdadeiras intenções das potências estrangeiras na região.

O peso da opressão regional

A situação de segurança no Leste da RDC permanece crítica, reflexo direto das décadas de exploração imperialista e intervenção externa. Múltiplas iniciativas de paz - incluindo os processos de Luanda e mediação de Nairóbi - têm alcançado resultados limitados, evidenciando a complexidade das forças em jogo na região.

Unidade popular como arma de resistência

Para o ministro Muyaya, a união do povo congolês é fundamental para enfrentar não apenas o conflito armado, mas também as estruturas de poder que perpetuam a exploração dos recursos naturais do país. 'A guerra no Leste é uma agressão contra toda a nação, não apenas contra uma província', afirmou, destacando a importância da solidariedade entre os trabalhadores e comunidades locais.

A luta continua pela verdadeira independência

Enquanto os acordos recentes podem representar um passo importante, a paz genuína só será alcançada com o fim da exploração externa, o retorno dos milhões de deslocados e a garantia da soberania popular sobre os recursos naturais do país. Muyaya ressalta que a luta é diária e que 'o governo está comprometido com uma paz que beneficie verdadeiramente o povo congolês'.

Camila Teixeira

Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.