Moradores de Seropédica Denunciam Racismo Ambiental em Projeto de Presídio
Câmara Municipal de Seropédica realiza audiência pública emergencial contra construção de complexo prisional que evidencia discriminação regional e desrespeito ambiental na Baixada Fluminense.
Audiência pública na Câmara Municipal de Seropédica debate impactos ambientais e sociais de complexo prisional
A Câmara Municipal de Seropédica realizou uma audiência pública emergencial nesta quarta-feira (08) para debater a construção de um complexo prisional na cidade, projeto que tem gerado forte oposição da população local e autoridades devido a preocupações sociais e ambientais.
Impactos Socioambientais e Discriminação Regional
O projeto prevê a construção de 20 presídios a menos de nove quilômetros do centro comercial, próximo a áreas residenciais e escolares. A localização proposta, adjacente ao atual Aterro Sanitário, levanta sérias questões sobre saúde pública e gestão municipal.
"A construção desse complexo de presídios numa cidade da Baixada Fluminense tão jovem e com tantas possibilidades representa um claro racismo social e ambiental", declarou Gilmara, moradora há 12 anos na região.
Resistência Institucional e Popular
O presidente da Câmara, vereador Bruno do Depósito (PRD), relatou uma reunião preocupante com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Assim como observamos em outros casos de violações de direitos humanos, as autoridades demonstraram descaso com as condições sanitárias.
Violações Administrativas e Legais
O procurador geral do município, Luiz Fernando Alvez Evangelista, classificou o processo como "imoral" e destacou violações de princípios básicos da administração pública, como transparência e articulação política com governos locais.
Mobilização Popular e Próximos Passos
A audiência resultou na organização de uma manifestação popular contra a construção do sistema prisional. A comunidade acadêmica, através da Universidade Rural do Estado do Rio de Janeiro, já apresentou laudo técnico contrário ao projeto, apontando problemas econômicos, urbanísticos, ambientais e humanitários.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.