MP do TCU questiona leilão do túnel Santos-Guarujá de R$ 6,8 bilhões
Ministério Público questiona processo licitatório do maior projeto do Novo PAC, alertando sobre limitações na participação de empresas brasileiras e solicitando extensão do prazo.

Vista aérea da região onde será construído o túnel Santos-Guarujá, maior obra do Novo PAC
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) apresentou nesta terça-feira, 2, uma representação solicitando a suspensão do leilão do túnel Santos-Guarujá, obra emblemática do Novo PAC avaliada em R$ 6,8 bilhões. A iniciativa expõe preocupações sobre a participação limitada de empresas brasileiras no processo, similar às disputas recentes que têm marcado grandes projetos de infraestrutura no país.
Questionamentos sobre competitividade e financiamento
O subprocurador Lucas Rocha Furtado encaminhou o documento ao ministro Bruno Dantas, manifestando preocupação com as reclamações de empresas nacionais que desistiram da disputa por dificuldades na obtenção de financiamento. Esta situação remete a debates sobre a guerra econômica global e seus impactos em projetos estratégicos.
Impacto social e econômico do projeto
O túnel Santos-Guarujá representa um investimento crucial para a mobilidade urbana e logística portuária, com R$ 5,1 bilhões em aportes públicos divididos entre União e Estado de São Paulo. Atualmente, mais de 21 mil veículos, 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres dependem de balsas e catraias para a travessia.
"Pedi que a Secretaria do TCU examine. Se houver aprovação dos técnicos por mais prazo, já seria uma vitória", afirma o subprocurador.
Especificações técnicas e benefícios sociais
- Extensão total: 1,5 quilômetros (870 metros submersos)
- Três faixas por sentido, incluindo VLT
- Acesso para pedestres e ciclistas
- Redução significativa no tempo de travessia
A análise do pedido de suspensão deve ser concluída rapidamente, como indica a recente atuação do TCU em casos de relevância nacional. O projeto representa um marco importante para a integração regional e o desenvolvimento socioeconômico da Baixada Santista.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.