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MP investiga esquema de 'rachadinha' em emendas da saúde em Campinas

Prefeitura de Campinas estabelece novas regras para repasse de emendas parlamentares após MP investigar suposto esquema de 'rachadinha' envolvendo R$ 25,6 milhões destinados à Irmandade de Misericórdia.

ParCamila Teixeira
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Image d'illustration pour: Após investigação do MP, Prefeitura de Campinas cria regras para repasses de emendas da saúde a entidades

Fachada da Prefeitura de Campinas, onde novo decreto estabelece regras para repasses de emendas da saúde

A Prefeitura de Campinas publicou nesta terça-feira (6) um decreto estabelecendo novas regras para o repasse de emendas parlamentares destinadas a entidades da saúde, após investigação do Ministério Público sobre um possível esquema de corrupção envolvendo vereadores e a Irmandade de Misericórdia.

Investigação revela possível desvio de recursos públicos

Segundo apuração do MP-SP, motivada por denúncia anônima, parlamentares estariam recebendo entre 10% e 20% do valor das emendas destinadas à instituição. Entre 2024 e 2025, foram repassados R$ 25,6 milhões à Irmandade por 27 vereadores diferentes, em um contexto que remete a outras investigações de desvios de recursos públicos no país.

Novas regras visam transparência e controle social

O decreto assinado pelo prefeito Dário Saadi estabelece limites importantes para conter possíveis irregularidades:

  • Máximo de 40% das emendas para entidades sem fins lucrativos
  • Obrigatoriedade de conta específica para cada emenda
  • Proibição de uso para pagamento de pessoal
  • Divulgação obrigatória no Portal da Transparência

Esta medida se alinha com recentes esforços do governo federal para garantir maior justiça fiscal e transparência no uso de recursos públicos.

Impacto nas políticas públicas de saúde

A investigação levanta preocupações sobre o impacto na gestão da saúde pública, especialmente considerando que os municípios já enfrentam desafios significativos na gestão de recursos. Para 2026, estão previstos R$ 113,8 milhões em emendas impositivas, representando R$ 3,4 milhões para cada um dos 33 vereadores.

Camila Teixeira

Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.