Netanyahu planeja controle militar total de Gaza em meio a críticas
Netanyahu anuncia planos de controle total de Gaza, gerando tensões com militares e preocupações humanitárias. ONU alerta para grave crise alimentar com 200 mortes por fome.

Netanyahu em pronunciamento sobre planos militares para Gaza em meio a protestos
O primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu anunciou nesta quinta-feira (7) planos controversos para assumir o controle militar total da Faixa de Gaza, gerando tensões internas e preocupações humanitárias. A declaração foi feita à Fox News, em meio a divergências com a cúpula militar e crescente pressão internacional.
Divergências internas e pressão por reféns
A postura de Netanyahu, que se alinha com visões da extrema direita israelense, como as do ministro da Segurança Nacional Itamar Ben Gvir, tem encontrado resistência dentro do próprio governo. O chefe do Exército, Eyal Zamir, alertou que a ocupação total poderia resultar na morte dos reféns ainda mantidos pelo Hamas.
Crise humanitária se agrava
A situação humanitária em Gaza deteriora-se rapidamente, com impactos devastadores sobre a população civil. Segundo a ONU, 87,8% do território está sob ordens de deslocamento, com 2,1 milhões de pessoas confinadas em apenas 12% da área.
Fome e desnutrição
O cenário é particularmente alarmante quanto à segurança alimentar. O Ministério da Saúde de Gaza reporta quase 200 mortes por fome desde o início do conflito, sendo metade das vítimas crianças. A situação tem gerado preocupações internacionais sobre violações humanitárias e necessidade de intervenção urgente.
Mobilização por acordo de paz
Pesquisas mostram que a maioria dos israelenses defende um acordo que permita a libertação dos reféns restantes. O Fórum das Famílias dos Reféns tem pressionado por negociações diplomáticas, especialmente após a divulgação de imagens de reféns desnutridos pelo Hamas.
"Alguém que fala sobre um acordo abrangente não vai conquistar Gaza e colocar reféns e soldados em perigo", alertou Einav Zangauker, mãe de um refém.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.