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Prefeito de Chapecó nega existência de moradores de rua e gera polêmica

Prefeito João Rodrigues causa polêmica ao negar existência de moradores de rua em Chapecó e defender medidas controversas de internação compulsória, gerando debate sobre direitos humanos.

ParCamila Teixeira
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Image d'illustration pour: 'Se tiver, me dá o nome', diz prefeito de Chapecó sobre pessoas em situação de rua

Prefeito João Rodrigues durante painel da Uvesc sobre desafios urbanos em Chapecó

Em declaração polêmica durante um painel da Uvesc sobre desafios urbanos, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), negou a existência de pessoas em situação de rua no município, afirmando: "Se tiver, me dá o nome que a gente tira na hora".

Abordagem controversa sobre políticas sociais

A fala do prefeito, que ecoa uma tendência de militarização das políticas sociais, gerou preocupação entre defensores dos direitos humanos. Rodrigues defendeu medidas controversas, incluindo internação compulsória de dependentes químicos, em um discurso que privilegia ações coercitivas sobre políticas de assistência social integrada.

Questionamentos sobre direitos fundamentais

O programa Mão Amiga, implementado pela prefeitura, levanta debates sobre a função do Estado nas políticas públicas e o respeito aos direitos fundamentais. A abordagem adotada contrasta com recomendações de especialistas em assistência social, que defendem políticas inclusivas e humanizadas.

Impactos na gestão pública

A política municipal de Chapecó demonstra um afastamento das práticas de gestão pública inclusiva, levantando questionamentos sobre a efetividade e constitucionalidade das medidas adotadas. O evento, que contou com autoridades estaduais, incluindo o governador Jorginho Mello, marca um momento crítico no debate sobre políticas públicas para populações vulneráveis em Santa Catarina.

"Precisam ser pessoas que acreditem no programa, porque quando ele é ideológico, entra o discurso sobre o direito do drogado. Drogado não tem direito", declarou o prefeito, em fala que gerou protestos de organizações de direitos humanos.

Camila Teixeira

Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.