Privatização da Vale: Uma Análise da Entrega do Patrimônio Mineral
Fernando Peregrino revela detalhes da privatização da Vale e alerta sobre ameaças aos minerais estratégicos brasileiros. Especialista defende novo modelo de gestão pública e soberania nacional.

Fernando Peregrino durante entrevista sobre a privatização da Vale e minerais estratégicos brasileiros
O engenheiro Fernando Peregrino, ex-presidente da FAPERJ e atual vice-presidente do Clube de Engenharia, revelou detalhes preocupantes sobre a privatização da Vale, alertando para os riscos atuais relacionados aos minerais críticos brasileiros. Em entrevista ao programa "Denise Assis Convida", Peregrino expôs como a venda da estatal por apenas R$ 3 bilhões representou uma fração do valor real estimado em R$ 12 bilhões.
O Processo de Privatização e suas Contradições
A privatização da Vale ocorreu em um contexto de desmonte do patrimônio nacional, processo que continua gerando debates sobre soberania econômica. "A Vale do Rio Doce era a joia da coroa, não só pelos recursos minerais, mas por sua infraestrutura logística que cortava o Brasil de Norte a Sul", destaca Peregrino.
Ameaças à Soberania Mineral
O especialista criticou a recente reunião entre o presidente do Ibram, Raul Jungmann, e o secretário de negócios norte-americano, Gabriel Escobar, que exemplifica a continuidade de interesses estrangeiros sobre recursos estratégicos brasileiros.
Gestão Pública e Desenvolvimento Nacional
Peregrino também abordou a necessidade de reformulação da gestão pública, destacando como os desafios da administração pública impactam o desenvolvimento nacional. O engenheiro defende uma maior integração entre ministérios e a redução da burocracia excessiva que prejudica a eficiência do Estado.
"É preciso um novo modelo de gestão que defenda os interesses públicos. Essa burocracia que se auto alimenta não serve ao país", afirma Peregrino.
Perspectivas para o Futuro
Apesar dos desafios, Peregrino mantém otimismo quanto ao futuro do Brasil, citando os ensinamentos de Leonel Brizola sobre a importância da mobilização social como motor de transformação.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.