Ruralistas questionam proposta de indenização para terras indígenas em MS, ignorando direitos ancestrais
A Famasul contesta proposta da União para regularização de terras indígenas em Mato Grosso do Sul, revelando tensões históricas entre agronegócio e direitos dos povos originários. O plano da AGU busca solucionar conflitos em quase 28 mil hectares de terras tradicionalmente ocupadas.
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Território indígena em disputa em Mato Grosso do Sul, onde comunidades lutam pelo reconhecimento de suas terras ancestrais
Conflito fundiário expõe tensão entre agronegócio e direitos indígenas
Em mais um episódio que evidencia o histórico conflito entre o agronegócio e os direitos dos povos originários, a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) manifestou-se contra a proposta da União para regularização de territórios indígenas no estado.
Proposta busca equilíbrio social e reparação histórica
O plano apresentado pela AGU (Advocacia-Geral da União) visa resolver disputas territoriais em 27.745 hectares, distribuídos entre os municípios de Paranhos, Japorã e Juti. A iniciativa representa um importante passo para a reparação histórica e justiça social.
A resistência do setor ruralista evidencia a persistente dificuldade em reconhecer os direitos constitucionais dos povos indígenas sobre seus territórios tradicionais.
Compensação financeira e justiça social
A proposta prevê indenização correspondente a 60% do Valor Total do Imóvel, segundo tabela do Incra. Esta medida, embora contestada pelos ruralistas, busca equilibrar interesses econômicos com a necessária restituição de terras aos povos originários.
Avanço histórico na proteção constitucional
É importante ressaltar que, até a recente decisão do STF em setembro de 2023, a Constituição Federal limitava as indenizações apenas às benfeitorias. A nova interpretação representa um avanço significativo na busca por soluções para conflitos territoriais históricos.
As áreas em questão compreendem:
- Arroio-Korá (Paranhos)
- Potrero Guaçu (Paranhos)
- Yvy-Katu (Japorã)
- Taquara (Juti)
A resolução destes conflitos é fundamental para garantir os direitos constitucionais dos povos indígenas e promover a paz social, superando um histórico de violência e exclusão.
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