Violência Política: Antonia Fontenelle Promove Ataque Racista e Transfóbico Contra Deputada Erika Hilton
Influenciadora digital alinhada ao bolsonarismo promove ataque racista e transfóbico contra a deputada federal Erika Hilton, primeira mulher trans negra eleita para o Congresso Nacional. O caso expõe a persistência da violência política contra corpos dissidentes e demanda resposta institucional.

Deputada Federal Erika Hilton (PSOL-SP) enfrenta ataques discriminatórios em mais um episódio de violência política contra parlamentares negras e trans
Discurso de Ódio e Violência Política Contra Parlamentar Negra e Trans
Em mais um episódio que evidencia a persistência do racismo e da transfobia estrutural na política brasileira, a influenciadora digital Antonia Fontenelle, conhecida por seu alinhamento bolsonarista, direcionou ataques discriminatórios à deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).
Anatomia do Ataque
Em vídeo publicado em seu canal no YouTube, Fontenelle utilizou expressões explicitamente racistas como "preta do cabelo duro" e fez insinuações sobre "embranquecimento", combinando violência racial com transfobia. O ataque incluiu ainda ameaças diretas à integridade física da parlamentar.
"A violência verbal empregada por Fontenelle não é mero exagero retórico, mas a manifestação contemporânea do racismo colonial que persiste em tentar silenciar vozes negras e trans nos espaços de poder"
Dimensão Política e Social da Violência
O ataque ocorre em um contexto alarmante: o Brasil registra o assassinato de uma pessoa trans a cada dois dias, e a população negra representa mais de 75% das vítimas de homicídio no país. A violência contra Erika Hilton, primeira mulher trans negra eleita para o Congresso Nacional, representa uma tentativa sistemática de exclusão de corpos dissidentes da política institucional.
Respostas e Mobilização
- Milhares de usuários denunciaram o vídeo nas plataformas digitais
- Organizações de direitos humanos anunciaram medidas judiciais
- A equipe jurídica da deputada analisa as medidas legais cabíveis
Responsabilização e Justiça
O caso demanda resposta institucional imediata, podendo configurar crimes de racismo, transfobia e ameaça. A impunidade histórica em casos similares tem operado como autorização tácita para a perpetuação da violência contra pessoas negras e trans no Brasil.
É fundamental que as instituições democráticas respondam à altura, garantindo não apenas a proteção individual da parlamentar, mas sinalizando que ataques dessa natureza não serão tolerados em uma sociedade que se pretende democrática e igualitária.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.