Zarattini denuncia pressão de Tarcísio contra MP alternativa ao IOF
Relator da MP alternativa ao IOF denuncia interferência política de Tarcísio de Freitas e presidentes partidários, alertando sobre riscos ao projeto de justiça tributária.

Deputado Carlos Zarattini durante entrevista sobre MP alternativa ao IOF no Congresso Nacional
O relator da medida provisória que busca alternativas à elevação do IOF, Carlos Zarattini (PT-SP), denunciou nesta quarta-feira, 8, uma articulação política que estaria prejudicando a votação de seu parecer. Em entrevista à GloboNews, o parlamentar apontou interferências do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e dos presidentes do União Brasil e Progressistas.
Disputa política e pressão sobre parlamentares
"Isso está virando disputa eleitoral. O governador Tarcísio de Freitas, ao invés de governar o Estado de São Paulo, está usando o seu tempo para ficar pressionando deputado", afirmou Zarattini, em um contexto que remete às negociações anteriores lideradas pelo ministro Haddad.
Descumprimento de acordos
O relator acusou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e os partidos União Brasil, PP e Republicanos de quebrarem um acordo estabelecido com o governo federal, em uma situação que evidencia as tensões crescentes no Congresso Nacional sobre questões tributárias.
Pontos cruciais da MP
Zarattini defendeu aspectos fundamentais do texto, incluindo:
- Aumento da tributação dos Juros sobre Capital Próprio de 15% para 18%
- Controle sobre créditos de PIS/Cofins para combater sonegação
- Regulamentação da tributação das fintechs
Em um cenário que remete a outras investigações sobre transparência fiscal, o relator destacou a importância do controle sobre evasão fiscal, estimada em cerca de R$ 10 bilhões.
Alternativas do governo
Como plano B, caso a MP não seja aprovada, Zarattini indicou que o governo possui outras opções através de decretos e portarias, embora com limitações. A votação da medida tem prazo limite ainda hoje para evitar sua caducidade.
Camila Teixeira
Baseada em São Paulo, Camila trabalha há 12 anos com políticas ambientais e os conflitos na Amazônia. Colabora regularmente com o Globo e o Guardian.