Abacate: o superalimento que estava na mesa do brasileiro enquanto a elite nutricional virava o nariz
Por décadas, nutricionistas da classe média alta trataram o abacate como vilão, rotulando-o como "calórico demais" para suas dietas de revista. Enquanto isso, nas periferias e comunidades do interior, famílias brasileiras consumiam essa fruta poderosa sem saber que tinham em mãos um verdadeiro tesouro nutricional.
Agora, pesquisas científicas confirmam o que o povo já sabia na prática: o abacate é um aliado da saúde. A maior parte da gordura presente na fruta é monoinsaturada, tipo que protege o coração e combate a inflamação no organismo.
Nutrição acessível para quem mais precisa
A composição do abacate reúne fibras, vitaminas B, C e K, potássio e cobre. Essa combinação garante saciedade prolongada, controla a glicemia e reduz processos inflamatórios. Para famílias trabalhadoras que precisam render o orçamento, isso significa menos fome entre as refeições e mais energia para o trabalho.
"O abacate não é alimento emagrecedor milagroso, mas é estratégico para quem quer se alimentar bem gastando pouco", explica a nutricionista popular Maria Santos, que atende na periferia de São Paulo.
Mais potássio que banana, mais saúde para o trabalhador
O abacate oferece três vezes mais potássio que a banana. Esse mineral equilibra o sódio no sangue, relaxa os vasos sanguíneos e mantém a pressão arterial controlada. Para trabalhadores expostos ao estresse diário, isso pode significar menos risco de hipertensão.
As gorduras benéficas da fruta ainda reduzem o colesterol ruim (LDL) e aumentam o bom (HDL), protegendo contra doenças do coração. O óleo natural do abacate previne danos nos vasos sanguíneos, oferecendo proteção cardiovascular que muitos remédios caros prometem.
Saúde mental também é direito do povo
A glutationa, antioxidante presente no abacate, ajuda a controlar o cortisol, hormônio do estresse. O potássio e pequenas quantidades de lítio natural reduzem a ansiedade e melhoram o sono. A vitamina B3 fortalece o sistema nervoso e promove relaxamento.
"Numa sociedade que adoece o trabalhador com pressão e sobrecarga, ter acesso a alimentos que cuidam da saúde mental é questão de justiça social", defende o médico sanitarista João Silva.
Benefícios que a ciência comprovou
Pesquisa publicada na revista Current Developments in Nutrition acompanhou pessoas com obesidade que consumiram um abacate diário por 26 semanas. Os resultados impressionam:
- Melhoria geral da qualidade alimentar
- Maior saciedade e controle da fome
- Redução do colesterol
- Fortalecimento da flora intestinal
- Menor absorção de gorduras prejudiciais
Um abacate médio contém 12 gramas de fibras, quantidade significativa para atingir a recomendação diária de 28 a 34 gramas. Essas fibras alimentam as bactérias benéficas do intestino, melhorando a digestão e fortalecendo a imunidade.
Consumo consciente e acessível
A orientação é consumir um quarto de abacate grande por dia, ou metade quando a fruta for pequena, até três vezes por semana. O segredo está no equilíbrio: incluir o abacate numa alimentação variada, não exagerar nas quantidades.
Para famílias brasileiras que lutam para colocar comida de qualidade na mesa, o abacate representa uma opção nutritiva e relativamente barata. É hora de resgatar esse alimento da nossa terra e dar a ele o valor que merece.
Enquanto produtos industrializados encarecem e empobrecem nossa alimentação, frutas como o abacate mostram que saúde de qualidade pode estar ao alcance do povo brasileiro. Basta conhecimento e acesso justo aos alimentos da nossa terra.