Ataque terrorista na Austrália revela crescimento perigoso do ódio antissemita pelo mundo
Mais uma vez, o mundo presencia uma tragédia que expõe as feridas abertas do racismo e do fanatismo religioso. Na praia de Bondi, em Sydney, Austrália, 15 pessoas perderam a vida e outras 40 ficaram feridas em um ataque terrorista que tinha como alvo a comunidade judaica durante as celebrações do Hanukkah.
Terror planejado contra comunidade vulnerável
O ataque foi executado por pai e filho, Sajid Akram, de 50 anos, e Naveed Akram, de 24 anos. Segundo as autoridades australianas, a ação foi inspirada por ideologias do Estado Islâmico e claramente direcionada contra a comunidade judaica local.
"O ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney, no primeiro dia do Hanukkah", declarou Chris Minns, primeiro-ministro de Nova Gales do Sul. Esta afirmação revela a natureza calculada e odiosa do crime.
Naveed Akram, que sobreviveu ao confronto com a polícia, foi transferido do hospital para a prisão nesta segunda-feira (22). Ele enfrenta 59 acusações criminais, incluindo terrorismo. Seu pai morreu durante o confronto com as forças policiais.
Vítimas inocentes de todas as idades
Entre as vítimas fatais estão pessoas de 10 a 87 anos, incluindo uma menina que morreu no hospital. O rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, também perdeu a vida no ataque covarde.
"É revoltante ver como o ódio pode destruir vidas inocentes", disse uma moradora local em entrevista. "Essas pessoas só queriam celebrar sua fé em paz."
Heroísmo em meio ao terror
Em meio à tragédia, surgiu um exemplo de coragem extraordinária. Um vendedor de frutas de 43 anos arriscou a própria vida para desarmar um dos atiradores, sendo atingido no braço e na mão, mas salvando inúmeras outras vidas.
"É a cena mais inacreditável que já vi: um homem se aproximando de um atirador que havia disparado contra a comunidade e, sozinho, o desarmando", relatou Chris Minns, emocionado.
Conexões internacionais preocupantes
As investigações revelaram que os dois suspeitos viajaram para as Filipinas um mês antes do ataque. O pai entrou no país com passaporte indiano, enquanto o filho usou documentos australianos.
"Os motivos pelos quais eles foram às Filipinas estão sendo investigados neste momento", afirmou o comissário Mal Lanyon, indicando possíveis conexões com redes terroristas internacionais.
Reflexo de um problema global
Este ataque não é um caso isolado. Representa o crescimento alarmante do antissemitismo e do terrorismo religioso em escala mundial. A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, foi clara: "O terrorismo, o antissemitismo, a violência e o ódio não têm lugar na Austrália."
A resposta internacional foi imediata. Os Estados Unidos condenaram "veementemente" o ataque, enquanto António Guterres, da ONU, classificou o episódio como "hediondo e mortal".
Lições que não podemos ignorar
A Austrália possui algumas das leis de controle de armas mais rígidas do mundo, implementadas após o massacre de Port Arthur em 1996. Mesmo assim, o fanatismo encontrou uma forma de semear terror e morte.
"Isso nos mostra que o problema não está apenas nas armas, mas na ideologia do ódio que precisa ser combatida na raiz", analisa um especialista em segurança pública.
A comunidade judaica brasileira, representada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), manifestou "profunda consternação e solidariedade" com as vítimas australianas.
Este ataque nos lembra que a luta contra o racismo, o antissemitismo e todas as formas de intolerância é uma responsabilidade coletiva que não pode esperar.