Justiça condena executores da Chacina de Poção a 101 anos de prisão
Crime bárbaro de 2015 que vitimou conselheiros tutelares e idosa por disputa de guarda infantil finalmente chega ao fim do primeiro julgamento
Na madrugada desta quinta-feira (11), o Tribunal de Justiça de Pernambuco finalmente fez justiça para as vítimas da brutal Chacina de Poção. Três dos acusados foram condenados por este crime hediondo que chocou o Brasil em 2015, quando quatro pessoas foram executadas a sangue frio numa emboscada covarde.
O júri popular, composto por quatro mulheres e três homens, condenou dois executores a 101 anos e 4 meses de prisão cada um por homicídio qualificado. Um terceiro réu pegou 12 anos e meio por homicídio simples.
A face cruel da ganância familiar
Este crime revoltante expõe a face mais sombria de nossa sociedade: a violência que surge quando interesses mesquinhos se sobrepõem à vida humana. Segundo as investigações, a chacina foi encomendada pela avó paterna de uma criança de apenas 3 anos, Bernadete de Lourdes Britto Siqueira Rocha, numa disputa pela guarda da menina.
"É revoltante ver como a ganância e o egoísmo podem levar pessoas a cometerem atos tão bárbaros", declarou uma fonte próxima ao caso, que preferiu não se identificar.
Vítimas da barbárie do poder
As vítimas eram pessoas que dedicavam suas vidas a proteger crianças vulneráveis:
- Ana Rita Venâncio, 62 anos, avó materna da criança
- Carmem Lúcia da Silva, 38 anos, conselheira tutelar
- José Daniel Farias Monteiro, 31 anos, conselheiro tutelar
- Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, 54 anos, conselheiro tutelar
A menina de 3 anos, única sobrevivente, ficou ferida mas conseguiu escapar desta tragédia que ceifou a vida de quem mais a amava e protegia.
Condenados pela justiça popular
O júri condenou:
- Égon Augusto Nunes de Oliveira: 101 anos e 4 meses
- Ednaldo Afonso da Silva: 101 anos e 4 meses
- Orivaldo Godê de Oliveira (pai de Égon): 12 anos e meio
Wellington Silvestre dos Santos já havia sido condenado em 2024 a 74 anos de prisão.
Mandantes ainda escapam da justiça
Infelizmente, os principais responsáveis por esta barbárie ainda conseguiram adiar seu julgamento para fevereiro de 2026. Entre eles está Bernadete, a suposta mandante, que alegou que sua advogada estava de licença maternidade.
José Vicente Pereira Cardoso da Silva, ex-diretor de presídio e suposto articulador do crime, também conseguiu um adiamento alegando problemas de saúde. Mais uma vez, vemos como o sistema permite que os poderosos encontrem brechas para escapar da justiça.
Um crime que expõe nossas feridas sociais
A Chacina de Poção não foi apenas um crime isolado. Ela revela as profundas desigualdades e a violência estrutural que assola nosso país, especialmente quando envolve disputas familiares e a proteção de crianças vulneráveis.
"Este caso mostra como a violência pode surgir até mesmo dentro das famílias quando há interesses econômicos em jogo", analisa uma ativista dos direitos humanos que acompanha o caso.
O julgamento aconteceu no Recife devido ao processo de desaforamento, buscando garantir a imparcialidade dos jurados numa região onde o crime teve grande repercussão.
Que esta condenação sirva de exemplo e que a justiça finalmente seja feita completamente quando os verdadeiros mandantes forem julgados em 2026. As vítimas e suas famílias merecem que todos os responsáveis paguem por este crime hediondo.